04 julho 2009

A ninfa-bebê


Meu nome é Maria Cláudia. E depois que descobri que o meu namorado (com quem eu já estava há três meses num tórrido romance de cinema francês) já tinha uma namorada (eu era a amante!), entrei em parafuso. E era por isso que estava ali, naquele consultório de dentista (sem estar com nenhum problema dentário) pra ver como era a tal figura que tinha surgido de repente pra melar o meu final feliz.
Depois de alguns dias de pesquisa pra saber onde ELA trabalhava, ali estava eu. Entrei e fiquei esperando pra ser atendida (parada, olhando pra ELA sem acreditar no que via!).
Era ELA! Pele? Quinhentas espinhas na cara e um milhão de marcas de espinhas no ombro. Corpo? Mais pra raquítico que pra magro. Idade? Vinte, no máximo (Affff! Uma ninfa!). Cabelo? Só uma cabeleira enoooorme e lisa, presa por um palito japonês, sem forma, sem balanço (parecendo aqueles religiosos que não cortam o cabelo nunca).
Paralisada pelos meus pensamentos (eu pensei que fosse gritar tudo o que estava pensando), nem ouvi quando a ninfa-bebê me disse um simpático "pois não" (simpático e falso, ?) e devo ter ficado com cara de mais louca ainda quando não respondi de imediato o que tinha ido fazer ali. Aliás, o que eu tinha ido fazer ali mesmo? Na pressa de conferir como era a minha rival esqueci de inventar uma boa desculpa.
"Eu vim falar com a Juliana.", falei o primeiro nome que me veio à cabeça.
Ela fez cara de quem não entendeu e depois de alguns loooongos segundos, colocou um óculos (ninfa míope existe?), pegou o telefone e calmamente disse: "Ju, tem uma pessoa aqui querendo falar com vc." PQP, tinha que ter uma Juliana mesmo naquele prédio?
A ninfa-bebê desligou o telefone, tirou os óculos, pediu que eu esperasse, levantou-se e sumiu por uma porta lá. E eu permaneci parada por alguns segundos, até recuperar a inteligência e sair numa corrida desenfreada até o próximo ponto de ônibus.
Sentada no ônibus, concluí que o meu "namorado" era louco de deixar um mulherão que nem eu pra ficar com aquela figurinha de revistinha teen. Mas paciência. Apaguei o número dele do celular, torcendo pra minha memória deixar de ser boa e ele não insistir em continuar me procurando. Se bem que a imagem da ninfa-bebê me pareceu broxante demais pra eu conseguir ter ainda algum affair com ele.
Moral da história: "Eu sei que eu sou bonita e gostosa"! Perto dela, a ninfa-bebê, sem sombra de dúvida eu o sou. Rsrsrsrs.




Obs: Dedicado a quem já fez isso. Eu ainda não fiz, mas ouvi a história com a certeza de que eu teria feito exatamente igual. KKKKKKKKKKKKKKK!!