29 maio 2009

Um pedido pra hoje


Ouvi hoje que a futilidade, ainda que indigesta, pode ser necessária. E me entristeceu ter que concordar com a afirmação.
Eu gostaria de viver num mundo onde as pessoas não primassem tanto pela superficialidade e em que somente as respostas realmente importantes fossem buscadas. E alcançadas, claro!
Mas este meu pensamento me fez sentir tão arrogante. Por que devo me sentir no direito e com propriedade para julgar o que é importante ou não? O que me faz assim tão superior aos que eu julgo fúteis?
A resposta é simples. Meus valores e os das pessoas cujas opiniões eu considero válidas são voltados de uma forma geral para o interesse coletivo. E é isso que eu acho que falta no mundo: capacidade de pensar na existência como uma cadeia de acontecimentos, ações, reações e emoções que interferem diretamente uns nos outros, o tempo todo.
Não que um pouco de egoísmo não seja bem vindo. Claro que há momentos em que só o nosso umbigo deve importar mesmo. Mas abomino pessoas que só falam "eu, meu, minha, comigo..." e por aí vai. Geralmente são pessoas que acham que o mundo deve parar quando algo não vai bem pra elas e isso cansa tanto.
Quero viver num mundo em que as pessoas realmente convivam em harmonia. Onde ninguém se ocupe da vida do outro mais do que deveria. Onde a coletividade e a individualidade tenham o seu valor justo e sua importância considerada só em momentos oportunos.
É utópico, eu sei. Mas quem não chora não mama.

13 maio 2009

Mea culpa? Nananinanão!!!!


Vida de irmã mais velha é difícil. E irmã mais velha bem resolvida então, nem se fala.Minhas irmãs caçulas sempre me procuram quando têm alguma dúvida referente a sexo.
Por mais bem resolvida que eu seja, não pensem que isso é fácil pra mim. Porque rola aquele sentimento de mãe, sabe? Putz, eu troquei as fraldas delas e é tão difícil aceitar que cresceram e que já transam (às vezes, com mais frequência que eu. KKKK!!).
Bom, dia desses, numa conversa descontraída, minha irmã me contou que no início não conseguia gozar porque pensava em mim. Arregalei os olhos, estupefata com a confissão. Porque sempre busquei manter um canal de comunicação e saber que minha irmã não gozava por minha culpa foi demais pra minha cabeça.
Ela até me explicou que ficava preocupada com minha reação quando soubesse que já era sexualmente ativa. Como se eu fosse uma dessas mães que preferem se fazer de morta e não admitir que os filhos cresceram.
Tá, ela só tinha dezessete anos e tinha um monte de dúvidas, blá, blá, blá... E no dia em que ela finalmente me contou, eu suei frio pra agir naturalmente e não fechar o meu canal de orientação. Mas, daí a ser a culpada pelo não-orgasmo dela já era demais mesmo. Até pra mim...
Muitas vezes, acumulamos inúmeras frustrações e é tão mais fácil colocar a culpa nos outros. Talvez ela própria tivesse lá outras preocupações e realmente tivesse, por isso, medo de minha reação. Mas no fim das contas devia ser uma associação de fatores antiorgásticos (se essa palavra não existir, acabei de inventar).
Finalizada a conversa, fiquei com isso na cabeça. E eu lá quero quero ser responsável pelo orgasmo das outras! O meu já me dá trabalho suficiente, às vezes. Depois disso, só faltou pedir pra eu ensinar. E, quando finalmente me perguntou qual era o segredo, não faltava mais nada e eu nem soube o que responder.
Mulher custa a aprender isso e depois que aprende não sabe explicar. É o tipo de conhecimento que não dá pra passar pra frente. Porque é tão íntimo, pessoal e singular que não dá pra explicar meeesmo. Nem em descrição de romance Júlia, Bianca ou Sabrina (sim, eu já li!) fica claro. Aliás, se meus leitores quiserem me dar uma definição, vou gostar de ler. Nunca consegui descrever.
E gente, sei que nem é um post bom, mas eu tinha que escrever sobre isso. Dividir, sabe, minha dura e desconfortável posição de irmã mais velha bem resolvida. Aff! Dá trabalho mesmo!
E, maninha, relaxe que só assim dá pra gozar!

Dedicado às minhas caçulas, que me deixam de cabelo em pé, mas ainda me acham a melhor irmã do mundo! Rsrsrs...

08 maio 2009

Quando se juntam o nada e a coisa nenhuma...

Hoje acordei assim...
Cansada de tudo!
Das coisas de toda hora...
E das que não aparecem todo dia...
Essas coisas que ninguém concorda,
Mas ainda deixa acontecer
Num gesto de hipocrisia total.
Hipocrisia Injustificada!
Porque todo mundo faz tudo
E critica o outro por fazer!
Um tal de sentar-se em cima do próprio rabo
Pra falar do rabo alheio.
Pra descobrir quem usa o rabo alheio!
Afff!
Minha palavra hoje é: misantropia.
Não quero ver gente
E cansei de ser gente!
Não quero nada além do instinto!
Dormir, comer, transar...
Brigar, correr, gritar!
É só o que eu quero hoje
E talvez pelos próximos quinhentos anos.
Ô vidinha besta essa!
Começa toda manhã.
Criando a ilusão do novo,
Do que ainda está por vir.
Pra terminar sempre no fechar de olhos da noite
Sem novidade alguma a perceber.
Ô vidinha insossa!
Vou virar bicho que faço melhor.
E me irrito menos com o fato de ser e ver gente.


Dedicado a quem, como eu, não fica feliz em ser gente! Deve existir mais deste tipo por aí!!