22 dezembro 2008

Ao bom velhinho (que existe sim, no meu coração!)


Querido Papai Noel,
antes de mais nada eu quero dizer que, no ano que passou, muitas pessoas quiseram me fazer deixar de acreditar em você, mas eu me mantive firme na minha crença. E é por isso que hoje, quase véspera de Natal, eu quis lhe enviar minha lista de pedidos.
Eu sempre fui uma boa garota. E acho que mereço que meus pedidos sejam atendidos na totalidade.
Primeiro, será que dá pra fazer parar de chover nesse fim de ano? Porque se continuar assim, vou ter que ficar escondida debaixo da marquise, já que o meu cabelo não é impermeável.
Eu também quero que a ceia de Natal tradicional passe a ser light, porque me mato pra fazer dieta o ano inteiro e desperdiço todo o meu esforço num dia só. Se não der pra fazer isso, faça com que as pessoas me vejam bonita, mesmo se eu estiver com alguns quilinhos acima do meu peso ideal.
Outra coisa: o senhor bem que podia ver se não tem pra mim aí dentro do seu saco vermelho um namorado legal, que não dê muito trabalho (a não ser naquelas horas). É, porque eu preciso ser sincera, os que me foram mandados anteriormente não corresponderam às minhas expectativas.
Além disso, eu quero uma maquiagem que não borre, um emprego que me de traga satisfação, uma casa que se arrume sozinha, um guarda-roupas novo, um quarto que mude de cara todos os dias e um carro que use combustível ecológico.
De quebra, também quero que me envie um travesseiro que toque as minhas músicas favoritas, uma TV que só transmita programas engraçados, um livro que conte a história da minha vida com final feliz e um CD com as risadas de todas as crianças do mundo felizes, bem alimentadas e bvem assistidas.
Pra finalizar, eu quero todos os meus amigos bem pertinho de mim. Todos mesmo, até os que eu nunca vi na vida. Só pra eu poder olhar pra todos e chorar de felicidade por ser uma pessoa abençoada com o que há de melhor na vida: os amigos.
Da sua eterna admiradora,

Pequena Jay.


PS: Diga à Mamãe Noel que se ela quiser enviar uma amostra daquele blush rosa que fica tão bem nela, eu vou adorar experimentar.

03 dezembro 2008

Qual é o placar?

Se tem uma parte do universo masculino que as mulheres não entram, não querem entrar e muito menos compreendem é o tal do futebol. Assim como eles não entendem nada de menstruação, nós não entendemos porque o futebol é tão importante.
E nem adianta vir com aquela história de que homens são naturalmente competitivos! Nós nunca vamos compreender porque um homem prefere ficar na frente da TV vendo um bando de marmanjos correndo atrás de uma bola, enquanto nós estamos no quarto ansiosas por um outro tipo de esporte. E eles nem aí...
Que atire a primeira pedra a mulher que nunca amaldiçoou o mundo da bola, depois de se arrumar toda, fazer depilação completa, ir ao salão de beleza para logo em seguida descobrir que era noite de quarta. Afff!Não existe frustração maior.
Homens que me lêem, algum de vocês consegue me explicar o que faz o futebol parecer tão interessante e nós nada?
Sim, há que se considerar o instinto de competição, mas será que não podemos ganhar do futebol só uma vezinha?
Senhores torcedores, quando é que vocês vão se tocar que no dia da grande final, se houver uma mulher ao seu lado, das duas uma: ou ela te ama demais e quer estar ao seu lado de qualquer jeito; ou ela está naquela porcentagem mínima de mulheres que gostam e entendem de futebol (o que quer dizer que não querem nada com você também!).
Assunto polêmico esse. Mais irritante é que depois do jogo vocês chegam todos amorosos, querendo tudo o que antes nós queríamos. Mas aí já não importa mais. Já perdemos a batalha (e o tesão) para ele, o futebol. Afinal, somos competitivas também...
E nesse quesito, somos imbativeis!

20 novembro 2008

Princípio e Conveniência

Princípio, como a própria palavra já esclarece, é o começo.
Por isso quando se fala em princípios, fala-se do início de qualquer coisa, situação, sentimento. E inicio é só isso mesmo: o começo de tudo.
Depois é outra história. Quando a conveniência entra no jogo, os princípios passam a ser relativos. Depende do que está em voga. Se forem sentimentos, os princípios tornam-se, de repente, tão relativos e flexíveis, que até parece que nos tornamos outras pessoas. Mesmo que acometidos pelo sentimento de culpa, desviamos do "caminho correto" e cometemos erros nunca cogitados. Os mesmos que até pouco tempo condenávamos de forma convicta.
Se a libido estiver em questão, aí é que o bicho pega mesmo. Cegos de desejo. esquecemos todas as boas lições aprendidas e partimos para a entrega total, sem pensar em qualquer mal ou consequência possível.
Até parece um pensamento super masculino, mas todo mundo faz isso. Condena, sem sequer se colocar no lugar do outro, tentar entender seus motivos ou, simplesmente, manter-se neutro, sem julgamentos ou opiniões.
O outro é um caixinha de surpresas, assim como nós mesmos o somos. Partir dessa premissa já é um bom começo pra prevenir-se de ter que abaixar a cabeça ao perceber em si mesmo as fraquezas condenadas no outro.
Nestes casos, ser sincero com o próprio coração é a melhor forma de agir. Para não julgar, para não cair na hipocrisia, para não ser dono da verdade, para não decidir somente segundo os próprios interesses mudando as regras de acordo com sua conveniência.
Nossas verdades costumam ser mais assustadoras do que podemos imaginar. Saber disso é o melhor remédio contra o pré-conceito que se faz das atitudes de outrem.
Ademais, esse lance de "faça o que eu digo, não faça o que eu faço" já não funciona mais neste mundo em que todos são vigiados o tempo todo. Pense nisso...


Dica do dia: "Temos dois ouvidos e apenas uma língua. Portanto, devemos ouvir mais e falar menos." (Ops! Esqueci o nome do autor)

11 novembro 2008

Papai-mamãe: a surpresa!

Criei-me (não fui criada, que isso fique bem claro!) num ambiente extremamente conservador. A hipocrisia em relação a assuntos que deveriam ser corriqueiros era tamanha ,que não sei explicar como sobrevivi por tanto tempo, dada a minha essência mais liberal.
Pois o meu mundo, confortavelmente ingênuo, começou a mudar depois daquele dia.
Saudosa, resolvi visitar os meus pais. E como gostava de vê-los correndo felizes pra me atender, cheguei fazendo barulho com os típicos "manhê" e "paiê". Portas destrancadas, luzes acesas e ninguém veio me atender.
Estranhei o silêncio. Principalmente por ter sabido pela minha irmã que eles estavam em casa sozinhos. Nem mesmo a televisão fazia barulho na hora da novela preferida de minha mãe. Continuei chamando e fui entrando. Casa pequena, cheguei logo onde estavam. Daí por diante, é impossível narrar com exatidão o que se sucedeu.
Mamãe, com olhos arregalados, murmurou um "oi filha" que não poderia ser mais desconcertado. Papai sorriu com aquela cara de criança que pega o brigadeiro antes da hora na festinha do vizinho.
Meio confusa, demorei a entender e perceber tudo ao meu redor. Na saudade e na vontade de ver o papai e a mamãe, quase presenciei o papai-mamãe dos dois. Enquanto minha mãe, que nunca falou sobre sexo comigo, mas sempre deu a entender que achava errado, tentava contornar a situação, eu tive tempo (pouco) para pensar e me situar na cena que poderia ter sido traumatizante.
De início, eu me senti culpada. Putz! A família é grande, a casa é pequena e eles raramente podem ficar a sós. Provavelmente, eu tinha interrompido a única transa sossegada do mês.
Também senti alegria. Afinal, depois de quinze anos, cinco filhas e uma série de problemas de todo tipo, eles ainda se amavam. E saber disso me fez muito bem...
Trilhei rapidamente meu caminho de volta (como se isso fosse possível! KKK.) e fiquei pensando na minha terceira sensação. Essa foi a mais perturbadora e, com certeza, mais libertadora no que seria, mais tarde, a minha vida sexual. Papai e mamãe eram boas pessoas e também faziam aquilo.
Rsrsrsrs...

30 outubro 2008

Sobre a dor ser inevitável e o sofrimento ser opcional...

A vida tem o costume de ser irônica no que se refere às nossas fraquezas.
Desde pequena, eu me sentia feia. Usava um óculos fundo de garrafa e era a garota que entregava os bilhetinhos de amor dos meninos para as meninas mais bonitas do colégio.
Eu até que gostava, porque era um jeito de estar próxima deles. Rs.
Essa sensação, entretanto, mudou no instante em que meus hormônios acordaram. De repente, eu também queria receber os tais bilhetinhos. Mas eles nunca chegavam. E eu deduzi que o motivo era a minha feiúra, que eu tinha como certa e imutável.
Sério mesmo! Não via solução e, por vezes, eu nem saía de casa de tão mal que me sentia.
Tinha amigos, muitos amigos, mas eu era considerada a palhaça da turma e não alguém "ficável". Continuei no meu posto de cupido e de pombo-correio por muitos anos, sempre sofrendo calada e colocando a culpa disso nos meus óculos, na minha forma física, enfim, na minha aparência, que me desagradava como um todo. Era insegura, ciumenta ao extremo e muito tímida. A típica nerd que ficava quieta num canto, na hora do intervalo.
Um dia, modéstia para o raio que a parta, fiquei linda! De uma hora para outra, fiz a revolução. Coloquei lentes de contato, eliminei 15 quilos e me senti linda. Assim como o patinho feio que um dia viu um belo cisne refletido nas águas da lagoa.
Daí, a vida me pregou uma peça...
Apesar da aparência de segurança que eu ostentava, eu continuava insegura e sofria pelos mesmos motivos de antes. Tinha os mesmos problemas dos tempos de feiúra e alguns a mais por não saber administrar tanta coisa nova de uma só vez. É muito difícil parar de pensar e agir como feia e eu senti isso na pele.
Custei muito a perceber. A solução para os meus problemas não estava fora de mim. A solução de tudo estava dentro de mim o tempo todo. E o que precisava realmente ser transformado continuava intacto.
Dia após dia, estou realizando as mudanças necessárias. Descobri coisas sobre mim mesma que preferia não ter descoberto. Joguei-me na vida de peito aberto, sem medo de quase nada. Vivi histórias que me ensinaram muito e algumas doeram mais do que pensei que pudesse aguentar. Entretanto, aprendi a olhar pra dentro de mim de forma menos inquisidora e mais compreensiva, aceitando meus defeitos e aprimorando minhas qualidades.
Não sei o real motivo deste texto. Foi o que saiu hoje.
No fundo, acho que espero que ele possa ajudar alguém a não demorar tanto tempo pra parar de sofrer por coisas menores. Porque existem coisas na vida que são realmente relevantes e descobri-las ou enxergá-las o mais rápido possível é o melhor que alguém pode fazer por si mesmo.




Nota da autora: Particularmente, não me agrada escrever em primeira pessoa. Minha professora Regina talvez não gostasse desse texto. Mas hoje meu sexto sentido me disse que alguém precisava ler isto. E não tenho o hábito de ignorar minha intuição. Coisas do universo feminino...

20 outubro 2008

Exaltação às heroínas: nós.

Dando uma boa lida nos textos anteriores, fiquei acá com meus botões pensando. Minhas pautas geralmente envolvem um assunto único: homens. E me ocorreu que me sinto a fugir dos reais objetivos de minhas linhas.
Mulheres são verdadeiros poços de preocupações. Das mais variadas, em intensidade, tipo e motivos. Não passamos horas pensando nos homens nem nos males e bens que poe eles são proporcionados. Nossa palavra de ordem é, basicamente, assertividade. Queremos ser boas amigas, profissionais competentes, mães realizadas, donas-de-casa exemplares, entre outras coisas.
Talvez o motivo de tal intermitência do assunto deva-se ao fato de que no relacionamento homem-mulher, o buraco seja, literalmente, mais embaixo.
Tantas Marias e Joanas dão conta de tudo, mas não se dão tão bem na vida amorosa. Somos criadas para ter personalidade e atitudes de heroína e caímos num mundo em que os heróis geralmente são homens.
Pouco importa se esses heróis são bons maridos, bons pais, bons cozinheiros e uma série de outras coisas ao mesmo tempo. São heróis em alguma coisa e ponto. Mulheres precisam ser boas em um enorme lista de coisas pra serem realmente notadas.
Então, a minha luta de hoje é pelos pequenos heroísmos femininos de cada uma de nós no decorrer dos dias.
Aposto que todas nós temos unzinho que seja pelo menos pra comemorar e do qual se orgulhar.
Pode ser a maquiagem que ficou perfeita. Pode ser ainda a vitória de conseguir fazer o filho usar o vaso sanitário. Tem também hoje aquelas que conseguiram resolver um pepino de 10 quilômetros no trabalho e, por causa disso, mal tiveram tempo de almoçar ou levar suas filhas ao colégio.
Há aquela dona-de-casa feliz por ter acertado a receita do bolo de cenoura preferido do seu marido e do seu filho. E por ter descoberto um supermercado bem pertinho de casa que tem os melhores preços da praça.
A melhor mulher, a mais feliz é, com certeza, a que já conseguiu descobrir que não precisa ser perfeita em tudo o que faz, se conseguir dar o seu melhor. É a que consegue olhar à sua volta e enxergar que, por suas mãos e por sua presença, o mundo possui uma beleza sem tamanho. Beleza esta que pode ser notada na vivacidade dos seus filhos, no sucesso de seu amor, no trabalho que desempenha com classe e amor, na casa que constrói apesar de todas as dificuldades. Beleza que só pode ser oriunda de uma mente assertiva, resiliente e, acima de tudo, sensível como só é a feminina.

18 outubro 2008

Escassez de "Cimancol" no mercado farmacêutico!!!

Hoje não estou mais com vontade de escrever. Então porque estou escrevendo, oras? É o que estou a me perguntar...
Meu blog funciona como um diálogo com os que o lêem e eu quero hoje falar de algo extremamente chato, mas super importante: a vida alheia.
A vida alheia é algo tão interessante, né? dela podemos falar a hora que quisermos, no tom que desejarmos e para quem bem entendermos.
Nada mais saudável, visto que não são nossas dores, não nosso conflitos, muitos menos são nossos problemas...
É fácil falar da amiga que tem um marido estranho, das roupas de fulana de tal, do jeitão de cicrana...
Difícil mesmo é olhar para o próprio umbigo e notar que os nossas problemas e nossos defeitos são´, muitas vezes, maiores que os das pessoas que insistimos em perseguir. Não me conformo com isso!
Tanta gente com tanta coisa pra consertar na própria vida e, mesmo assim, insistindo em se ocupar da vida dos outros. Até parecem gostar de ver o sofrimento alheio, o azar dos outros...
Affff!
Gente, vamos tomar uma boa dose de "Citocol" (Genérico do " Cimancol") e parar com essa mania de dar pitaco na conversa alheia. Façam-me o favor de dar um boa olhada no próprio filho, no próprio namorado e deixem o das outras em paz.
Tenho dito que falar mal dos outros não reduz em nada os problemas que você tem que resolver. Nadica de nada.
Então, a dica de hoje é só uma: vamos cuidar de nossa saúde, porque da nossa vida já tem gente demais cuidando!

15 outubro 2008

Tudo muda...

Tudo muda quando o homem certo aparece...
Por quê?
Porque ele te abraça e, de repente, você não tem mais medo de nada.
Porque ele sabe exatamente onde te tocar pra te fazer subir pelas paredes: no coração.
Porque ele conversa com você olhando nos seus olhos e, mesmo quando desvia o olhar, ele ainda está te ouvindo.
Porque ele sabe a diferença entre fazer amor e fazer sexo.
Porque ele dorme ao seu lado ao invés de dormir com você.
Porque ele te leva pela mão onde quer vá junto com você.
Porque ele fala e você confia nas palavras dele.
Porque a voz dele faz o seu sangue circular mais rápido.
Porque o cheiro dele enche seu coração e o seu corpo de toda a sorte de vontades.
Porque o abraço dele faz seu coração querer "tomar um ar" pulando pela boca.
Porque ele te acha linda; e continua achando isso ao te ver acordar de manhã com a cara e o cabelo amassados.
Porque você sente vontade de ter um filho com ele.
Porque o seu coração não fica apertado por outro motivo que não seja a saudade que sente dele.
Porque ele seca suas lágrimas no meio de um chilique feminino sem rir dos seus motivos.
Porque ele te dá motivos pra rir durante um dia inteiro.
Porque a presença dele é sinônimo de tranquilidade, de paz e de sossego.
Porque, quando você está ao lado dele, cada fibra do seu ser transmite ao seu cérebro a informação de que você está no seu lugar. O lugar em que sempre quis estar. O lugar em que se sente bem.
O lugar em que consegue ser feliz.
Incrível como tudo muda!
Por quê?
Porque ele é O homem certo. Ponto.

29 setembro 2008

O grandão dos meus sonhos

Ele era perfeito! Um metro e noventa de puro estilo! Uma boca de derreter qualquer mulher.Um sorriso de bambear as pernas. E uma presença que tomava conta do lugar!
Eu não podia conseguia parar de olhar e de pensar numa maneira de ele me enxergar. Afinal, ele era tudo de bom!
Pensei em ficar só dançando pra começar e não exagerar na investida pra não assustar o homem que tinha feito a noite ficar interessante. De vez em quando, eu olhava pra conferir o efeito da minha presença. Aditivada com algumas doses de run, não conseguia ter muita noção de quais eram minhas chances. Mas enfim parece que meus olhares foram notados e ele pareceu corresponder ao meu interesse.
Pronto. A primeira parte estava feita. A partir daí era só manter a calma que ele viria. Mas não vinha e eu quase perdendo a paciência. Pensei que a presença de Guto, meu amigo gay que sempre me acompanhava, estivesse deseconrajando-o e tratei de dar um jeito de ele sair pra dar uma volta pelo salão.
E funcionou! O grandão olhou pra mim, respirou como quem se arma de coragem e veio caminhando na minha direção.
Nem posso explicar o que senti! Ele estava vindo e meu pensamento viajou por alguns segundos. Ele era lindo, devia ser um espetáculo na cama. Podíamos começar ali um lance legal e, depois de um tempo, engatar um relacionamento sério. Talvez até fosse ele o tal homem da minha vida, o que ia ficar velhinho do meu lado. Com ele eu poderia ter filhos lindos, que, com certeza, teriam a boca e os olhos iguais aos dele.
Minhas amigas iam morrer de inveja! Um homem daqueles não era qualquer uma que tinha e eu estava prestes a fazer parte desse grupo seleto de mulheres sortudas. E ele continuava seu andar na minha direção! Nunca imaginei que aquele salão fosse tão grande!
Finalmente, ele chegou! Parou na minha frente, olhou no fundo dos meus olhos, pediu com mão que eu me aproximasse e disse:
_Preciso te pedir uma coisa. Será que você pode me ajudar?
Estranhei a primeira frase, mas cada um tem o seu jeito e se fosse pra começar um papo legal tudo era válido.
Respondi que sim, que eu o ajudaria no que fosse necessário, dentro de minhas possibilidades.
Ele deu um sorriso tímido e falou no meu ouvido:
_ Sabe aquele seu amigo que estava aqui até agora há pouco? Será que você pode descolar o telefone dele pra mim? apaixonadaaaaaaaa! Que homem é aquele, mulher?
Engoli dez sapos de uma vez só, deixei o despeito de lado e dei o número do Guto para o grandão. Ele agradeceu efusivamente e saiu meio saltitante pelo salão. E com ele foram todos os sonhos que consegui acumular numa fração de segundos pensando no que aquele deus grego poderia fazer por mim. Mas da fruta que eu gosto, ele engole até o caroço.
Ai, ai, ai...

Adorável feioso...

Joana ficou ali parada olhando aquele rosto dormindo depois de mais um tórrido encontro de amor. "O que eu vi nele?", ela se perguntou. E a pergunta era coerente com a situação, afinal ele era todo feio.
Viro-se para o outro lado e fez uma retrospectiva dos seus ex-namorados. Não eram todos modelos de beleza, mas eram todos normais. Se não eram muito bonitos, eram pelo menos normais. Mas o João Alfredo beirava o limite da aberração. Sair com ele era um sacrifício. Ele não acertava uma roupa e sempre parecia deslocado no ambiente em que estavam.
O pior de tudo eram as orelhas dele. Enoormes! De abano mesmo. E ela nunca conseguia fazê-lo deixar o cabelo crescer pra disfarçar um pouquinho. e lá ia ela sair com aquelas duas antenas parabólicas bem fixas.
Quando saíam com casais amigos era um suplício. Todos os namorados eram bonitos ou normais. E o dela era muito feio. Parecia mesmo estar constantemente com dor de barriga. Decididamente, eles não tinham nada a ver. Ela podia arrumar um namorado bonitão e era isso que ia fazer.
Era só tempo de ele acordar pra terminar tudo e ainda dizer na cara dele que não tinha nascido pra namorar um homem tão feio.
Aliás, nem ia esperar nada não.. Ia acordá-lo já e dizer-lhe tudo. Virou-se pra ele e viu que estava se mexendo na cama. Ele veio se aproximando e procurando pelo corpo dela. Quando encontrou puxou-a para si e disse seu nome várias vezes no meio do sono.

Derretida, ela se deixou enlaçar e se lembrou do motivo de gostar tanto daquele feioso. Porque ele não se esquecia dela nem quando dormia. E porque dormir de conchinha com ele era a melhor parte do seu dia. Ai, ai, ai...

23 setembro 2008

Devaneios de um pequeno atraso!!!

Ai meu Deus! Terceiro dia de atraso. Será? Não. Não é possível! Mas é possível, sou saudável e, como toda mulher sexualmente ativa, eu corro o risco de engravidar. Mas não. Isso não me aconteceria agora, não agora. Não posso ter um filho agora!
Se bem que nunca atrasou. Mas tenho andado meio estressada, pode ser isso. Hum, mas minha vida já esteve mais corrida e não aconteceu nada.
Não. Bobagem minha. Tomo o anticoncepcional direitinho. E é 97% seguro, já li e reli aquela bula umas cem vez vezes. É. Não é possível. Mas e se eu dei o azar de estar nos 3% de mulheres que engravidam tomando pílula? Ai meu Deus! O que vou fazer?
Um bebê era tudo que eu queria, mas assim? Não. Eu devo estar enganada, é só neura minha. Já até estou sentindo os sintomas do ciclo. Ai que cabeça essa a minha.
É. Mas nunca atrasou. Como vou fazer? Como vou contar pra ele? E meus pais vão me encher o saco. Que droga! Nunca mais vou transar na vida!
O que eu vou fazer com um bebê agora? Eu nem aprendi a cuidar de mim. Ai, ai, ai...
Ainda não me estabeleci na carreira que escolhi. Vai atrasar tudo, vou ter que ficar mais quieta. E minhas baladas? Vou ter largar o cigarro, a cerveja e tudo que eu tanto gosto. Não vou mais poder me divertir nas noitadas com roupas de arrasar quarteirão. Ai meu Deus, minhas roupas não vão mais me servir! As estrias, como vou poder evitar as estrias? Vou ficar feia e gorda. Depois de todo aquele sacrifício pra emagrecer, agora vou engordar tudo de novo. Ô Atraso de vida!
Meu Deus, se não estiver grávida prometo o que o Senhor quiser. Faço até abstinência sexual, se for o caso. Minha vida vai ser muito difícil se confirmar essa suspeita.
Talvez eu esteja mesmo enganada. Sempre tomei cuidado, em alguns momentos até obsessivamente. Não mereço esse castigo!
Não que uma criança seja um castigo. Adoro crianças, sempre quis ter um bebê. São tão lindos e trazem tanta alegria, apesar do trabalho que dão. Até que um filho me faria bem. Um rostinho olhando pra mim com o maior amor do mundo. Um filho do meu amor! Alguém que será a prova viva de que eu vivi um amor de verdade. Uma menina pra encher de babados. Meus pais até que iam gostar de ter mais um netinho e depois que passasse o susto inicial iam se apaixonar pelo meu filho ou filha.
É. Acho que não é tão ruim assim... Mariana. Eu gosto desse nome. Vou chamar de Mariana, se for menina. Se for menino, ainda tenho tempo de escolher.
Que legal! Eu estou grávida! Vou ser mãe! Pelas minhas contas deve nascer em Fevereiro. Ai meu Deus! Como vai ser o Carnaval? E eu que economizei pra ir pra Salvador neste ano! Ah, tudo bem! Vou ser mãe e isso é muito bom. Vou passar o verão barriguda! Tenho que ir na costureira amanhã mesmo pra encomendar umas batas bem bonitas. Quero ficar linda... Posso chamar o João e a Renata pra serem os padrinhos. Sempre foram meus melhores amigos e são as pessoas ideais.
Hum... ! Eu conheço essa dorzinha no abdome! Será?
Aaahhhh!!
Não foi dessa vez!
Que pena!
Eu queria tanto ter um filho agora...

31 agosto 2008

Conversa na madruga (Para Marlos e Carla, os protagonistas da cena....KKKKKKKKKK)

Virou-se na cama pela décima vez tentando ajeitar-se numa posição que permitisse a chegada do sono. Olhou para o lado e viu o marido roncando e dormindo satisfeito. Deu um cutucão disfarçado pra ver se ele acordava e nada. Mexeu-se com mais força e só conseguiu fazer com que ele desse uma viradinha na cama.
Sem poder suportar mais a solidão e o escuro do quarto, chamou por ele:
_ Bem?
_ Hummm...
_Acorda! Eu tô sem sono! Conversa comigo.
Dele conseguiu ouvir somente uma reclamação do tipo:
_ Ah não, me deixe dormir. E Durma também!
Pronto! Foi o suficiente pra começar uma discussão. Acendeu a luz e desandou a falar.
Disse que não havia mais diálogo entre os dois e que ele não conseguia ser companheiro nem numa coisa simples como uma insônia. Ele ficou tentando ignorar, mas ela falou tanto que o sono dele acabou por tomar chá de sumiço.
Disposto a conversar, começou a se desculpar:
_ Não é isso, amor! É que eu estava com muito sono. Mas se você quer tanto vamos conversar então.
Começaram a conversar. Ele falou do dia que tinha sido longo, discutiu questões sobre o andamento da reforma que estavam fazendo e perguntou pra ela:
_ O que vc acha do piso novo que eu escolhi?
Nenhuma resposta. Virou-se pra ela e lá estava a esposa com os olhos pesados prestes a dormir.
Tentou manter a conversa, insistiu no assunto e só tinha dela respostas vagas e curtas.
Indignado, quis saber:
_ Você não vai falar comigo não? Vai me deixar falando sozinho agora que perdi o sono por sua causa?
Ela, com a cara mais normal do mundo respondeu-lhe:
_ Ai amor, sabe o que é? Estou muito cansada, com muito sono e tenho que levantar muito cedo amanhã.
Possesso, ele ainda insistiu:
_Não acredito! Logo agora que eu queria conversar?
Ela, com a voz pastosa disse:
_Então, amor, deixa essa conversa pra amanhã, deixa? Boa noite.
Virou-se para o canto e dormiu em menos de cinco minutos.
Ele não deixou por menos. Começou a falar sem parar que não conseguiam mais conversar, que ela não era companheira, que não o ouvia etc. E enquanto falava o único movimento que ela fez foi o de levantar-se da cama com as cobertas e o travesseiro na mão.
Interrompendo sua ladainha ele quis saber:
_Onde você vai?
Ao que ela respondeu de pronto:
_Dormir no quarto do Júnior porque do seu lado é mesmo impossível dormir.

28 agosto 2008

Lá vou eu de novo...

"Nunca mais vou me apaixonar!", pensou consigo Aninha, enquanto enxugava a última lágrima antes de apagar a luz e tentar dormir. Naquela noite chorou até ficar desidratada e acordou com os olhos de quem levou uns sopapos. E levou mesmo! Do destino.
Depois de meses de um tórrido namoro, que ela jurava que ia acabar no altar, o tal que ela nem ousava repetir o nome dera-lhe um homérico pé na bunda por causa de outra. Outra que agora parecia mais bonita, mais simpática, mais inteligente e muito mais esperta que ela, já que lhe tomou o namorado sem cerimônia.
Passou dias de cão, renegando sua condição de mulher e torcendo pra nascer homem na próxima encarnação. Trabalhou feito louca, dormiu em todas as horas ociosas e inventou milhões de tarefas pra realizar. Tudo pra não se lembrar dos momentos ao lado do ex. Quando se sentiu pronta, falou no assunto. Fez que não ligava mais, mas seus olhos a traíram e ela acabou por se entregar a uma torrente de lágrimas jurando que era a última vez que se apaixonava. " Não quero mais compromisso, só quero me divertir e ponto!"
Ajudada pelas amigas voltou a sair, colocou em dia a depilação, deu um trato nas melenas, enfim superou os dias difíceis, parou de chorar e deu a volta por cima. Sempre repetindo que não queria saber de homem, pelo menos não queria saber de compromisso com ninguém. Quando alguém dava mostras de paixão, fazia cara de pena e lamentava pela pessoa, vangloriando-se do seu imenso autocontrole. "Bem faço eu, que não me apaixono mais!", eram suas palavras cotidianas. Alguns a invejavam por sua capacidade, outros tinham dó de sua solidão quase constante. Muitos até a repreendiam por dispensar alguns bons partidos sem sequer lhes dar a chance de uma conversa.
Ela, mantinha-se impassível, do alto de sua segurança de pessoa não apaixonada. Isso até conhecer o Paulinho...
O Paulinho? Ele era tudo de bom! Bonito, inteligente, perfumado e um pé de valsa. As amigas caíram de amores pelo cara, mas ela resistiu, dizendo que esses eram os mais perigosos. Passaram a conviver, saíam juntos e ela jurava que ele não era mais que um amigo. Mas o Paulinho? Esse era homem vivido e entendia os medos da Aninha, principalmente depois de conhecer sua história. Ele admirava o carisma daquela mulher linda, inteligente e estava completamente apaixonado.
Aninha só pensava nele, mas não se permitia relaxar com aquele sentimento. Resultado? Afastou-se. Ele fez o que pôde pra se aproximar e com a ajuda das amigas conseguiu armar um encontro. Inocente, Aninha foi para uma reunião na casa de uma amiga. Foi do jeito que estava porque não tivera ânimo para uma produção mais elaborada. Seu astral não estava dos melhores.
Quase caiu pra trás e saiu correndo pra casa quando deu de cara com o Paulinho abrindo a porta todo perfumado e de frente para uma mesa arrumada por ele com velas e flores.
Com tanta gentileza não pôde recusar o convite e jantou com ele. Envolvida pela música curtiu momentos agradáveis e não se lembrou nem da forma como estava vestida.
Lembrou-se da noite em que chorara meses atrás por causa de alguém e da promessa que havia feito a sim mesma. Tão absorta estava em seus pensamentos que nem notou o Paulinho se aproximando lentamente. Quando deu por si ele ele já estava com os lábios a meio centímetro dos seus e ela ficou hipnotizada com aquela proximidade.
Num segundo que pareceu durar um século, recapitulou os meses anteriores àquela noite. Os dias de lágrima, a superação, as saídas sem compromisso, a solidão do seu quarto, noites em claro sem alguém pra conversar... Não teve tempo para se lembrar de mais nada, já que Paulinho tascou-lhe um beijão daqueles de cinema. Resistindo a princípio, ela ainda teve tempo de pensar: " Lá vou eu de novo!" .

01 agosto 2008

Moderno instrumento de tortura! Para poucas...

Saiu de casa pontualmente às oito. "Atrasada, pra variar!", foi o que pensou. Tentando andar o mais rápido que podia, perguntou-se pela segunda vez por que cargas d'água colocou aquele sapato preto, bico e salto finos, que ficou liiiindo, mas estava comendo o seu pobre calcanhar. A primeira foi no ato de calçar o pisante, que custou baratinho e realmente era um modelo charmosinho.
Não era só pra estar bonita, pensou, porque seu conforto sempre esteve diretamente proporcional a sua auto-estima. Quanto mais à vontade estivesse, maior era seu bem estar. Não naquela manhã...
Subindo a rua, sentiu-se linda e olhada, apesar de estar meio triste por causa de algo que ninguém sabia, além dela própria e de seu travesseiro, grande companheiro de noites inteiras insones e banhadas de lágrimas.
Curioso era que nem mesmo o fato de estar se sentindo linda servia pra amenizar a dor do maldito sapato a comer-lhe o calcanhar.
Mas aguentou-se e resistiu à tentação de voltar pra trocar por outro. Os motivos dessa insistência? Simples demais... Pensar na dor causada pelo acessório não a deixava pensar em outra dor, qualquer que fosse. E funcionava também como auto punição por cometer novamente a incrível besteira de sair do eixo por pessoas e motivos levianos.
Isso! O salto alto e o bico fino eram o seu instrumento de tortura numa manhã em que queria sentir qualquer dor, menos a que não conseguia evitar. Queria que a necessidade de se concentrar para manter o equilíbrio (coisa que, às vezes, não tem nem de pé no chão!) a desviasse de perceber o coração que batia apertado há alguns dias.
Era uma forma de se manter no controle. De sofrer por algo escolhido por ela e não provocado por terceiros. Algo que ela sabia quando ia acabar, afinal era só tirar o sapato e acabava a tortura.
Simples como cabeça de mulher!
Foi elogiada, foi vista, foi observada, mencionada... E manteve o sorriso, apesar de sentir a pele do calcanhar ser maltratada pelo atrito com o material sintético (sapatos baratos são assim).
Admitiu, porém, sua derrota para o calçado chiquérrimo depois do almoço, quando deu uma corridinha em casa e calçou a rasteirinha mais confortável que tinha na sapateira. Voltou para o trabalho com um machucado enoooorme no pé, que demorou dias para cicatrizar, mas voltou com o alívio de ter mandado embora mais uma dor e certa de que poderia mandar embora qualquer outra. Afinal, o salto agulha é uma tarefa que pouquíssimas mulheres conseguem cumprir lindamente e sem reclamar.

24 julho 2008

Dando um trato no jardim!

Então, dias sem escrever só servem para uma coisa: aumentar o leque de assuntos possíveis. E isso deixa qualquer futura jornalista desbaratinada (no meu caso, mais do que já sou!). Mas como tem sempre uma prioridade (ou deveria, pelo menos), terei que mencionar o efeito que uma citação de Cecília Meireles me causou.
" Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira..."
A delicadeza dessa verdade me tocou tão profundamente que passo dias inteiros lembrando-me dela a cada cinco minutos, não importa o que faça. Porque traduz em pouquíssimas palavras tudo o que nós (e me incluo aqui) precisaríamos ouvir sempre que algo dá errado e a cabeça não fica na melhor das condições.
Porque, claro, quando algo sai contrário ao que queremos nosso primeiro ato é maldizer a vida, reclamar aos quatro ventos e, principalmente, fazer como eu faço, prostrar-se em qualquer objeto macio e passar horas a fio racionalizando o que não tem razão de ser, esmiuçando cada palavra dita pra descobrir o erro e, com isso, prolongando o padecer.
PQP! Por que será que é tão difícil simplesmente entender que a vida é feita de cortes, de pedaços nossos que se espalham pelo mundo e pela existência, sem que possamos mover uma palha para evitar isso? É da vida a dor, por menor que seja. E por maior que seja, serve para alguma coisa, nem que sirva só para o nosso crescimento. Particularmente, eu acho que não deveria doer tanto esse negócio de crescer, mas... Regra é regra! E ninguém pára para pensar quando está feliz, né?
Então, melhor é se aceitar como flor, que nasce, cresce, sofre a dor da poda, mas consegue com isso (e somente graças a isso!) voltar na próxima estação ainda mais linda, ainda mais vistosa e com um brilho que só têm as flores podadas!
E viva o meu jardim!

08 julho 2008

Rumo à calça jeans número 40, lá vou eu!!!!

Dia desses ouvi o seguinte comentário logo nos primeiros minutos do expediente: " Nossa, você está cada dia mais gorda, héin!" Comentário infeliz que veio de uma pessoa amiga, mas que não teve muito tato na observação.
Não fosse o meu humor estar elevado e a minha auto-estima mais ainda, eu talvez tivesse dado uma daquelas respostas bem grosseiras.
Até retruquei, não por ter me feito mal, mas por pensar que se fosse em outros tempos eu teria ficado grilada, arrasada mesmo e teria de novo pensado numa dessas dietas mirabolantes pra mudar a situação. Isso é realmente perigoso pra gente insegura, um desastre iminente.
É fato para mim que não estou no meu peso ideal. Notei isso há alguns meses quando minhas calças pararam de fechar e eu tive que calçar a cara pra comprar de novo uma calça número 44 (Coisa que odeio mais que tudo, porque são as primeiras que acabam!). Nossa, quantas vezes usei essa palavra?
Mas também é um fato ainda mais relevante que essa não tem sido uma preocupação tão presente na minha vida. Tá, eu preferia vestir calça 40, mas tem tanta coisa me fazendo feliz agora que não vou permitir que uma única coisinha me tire do eixo.
Já fui de tudo que é jeito! E nenhum momento foi tão bom quanto o de agora. Deve ser a proximidade dos trinta. Depois de tanto mau pedaço, descobri que não faz tanta diferença o formato do corpo, mas o uso que eu faço dele. E eu já aprendi a usar direitinho! Aliás, em tempos de magrelice total, ele não me dava tanta satisfação como agora. Uhuuuu!! KKKK!
Vejo tanta menina se matando pra emagrecer, mulheres inteligentes que só sabem falar de calorias, dietas e exercícios. Pobrezinhas! Ainda não descobriram como usar o próprio corpo. Na verdade, devem até vê-lo como inimigo, cada vez que o ponteiro da balança sobe um grama que seja.
Cansei! Melhor mesmo é comer direito, exercitar-se regularmente e ter uma vida saudável. Coisa que, aliás, eu vou fazer a partir de segunda-feira. Ando querendo sentir o que é vestir 40 de novo. Mas sem neura! Só pra mim mesma e não porque tem outra pessoa achando que estou gordinha.
Aliás, a única pessoa que precisa se preocupar com isso adora toda a camada adiposa do meu corpo! KKKK.

27 junho 2008

Modelo de carta da mulher moderna ao homem da sua vida (que ainda não chegou)

Querido amor da minha vida,

venho por meio desta postagem dizer-lhe algumas verdades, que já andam entaladas no meu gogó desde que meus hormônios começaram a me tirar o sono, o que quer dizer que estou para lhe escrever isso há uns bons 15 anos. Também pretendo deixá-lo a par de algumas exigências que eu acumulei ao longo da minha vida inteira esperando por você.
Não sei por onde diabos você anda, mas devo avisá-lo de que não resta muito tempo para nós, uma vez que eu já estou perto de me tornar uma balzaquiana.
O problema não é a idade não. Eu até esperaria mais por você, se não fosse o meu relógio biológico me avisando o tempo todo que está ficando tarde para eu realizar meu sonho de menina, que é ter um bebê. E, embora o meu amor por você seja imenso, não poderei esperar por muito tempo mais.
Seria de bom tom que você ao menos me desse um sinal de que existe em algum lugar, assim eu não passaria noites inteiras com um copo na mão pensando num bom pai para o que será a continuação dos meus genes. Afinal, já que não vai ser você, o amor da minha, tenho que escolher com cuidado para não me arrepender depois.
´Também peço que me mande uma foto sua ou qualquer descrição que seja, para que eu não mais te confunda com qualquer um. Afinal, você não é um qualquer. Você é o homem da minha vida. Não pode ser confundido com qualquer ninguém que passar por mim e me chamar a atenção.
Para ser bem sincera, ando preocupada com esse nosso relacionamento à distância. Sem contato, sem sexo, sem palavras bonitas. Desde sempre, acreditei que tudo isso só seria bom com você, mas, você sabe, as coisas se modernizam e os tempos são outros, né? E nem adianta reclamar porque você também se modernizou e não vai mais chegar num cavalo branco. Aliás, esse é um detalhe pequeno, mas muito importante. Eu preferia o tal cavalo branco, mas se você for chegar em algum meio de transporte, será que pode ser num modelo bonitinho? Nem precisa ser um do ano não, mas pelo amor de Deus, não se atreva a chegar numa furreca, dessas que fazem muito barulho e chamam a atenção de todos. Se for assim, melhor chegar a pé mesmo. Eu nem me importo muito, desde que você chegue.
Outra coisa: chegue bem quieto, de preferência passe despercebido, porque sou meio ciumenta e não vou gostar se alguma das mulheres que me rodeiam te vir primeiro. Sabe como é, você é tão perfeito nos meus sonhos e nesse mundo globalizado, com tanta mulher esperando, podem te confundir com outro e isso vai nos atrasar ainda mais.
Em relação à data de sua chegada, como eu já disse espero que não se demore muito mais. Mas será que tem um jeitinho de me avisar com uns dias de antecedência? É que eu sempre cuidei de mim, mas se você chegar em cima da hora e me encontrar de cabelo em pé, sem depilar, com as unhas horrorosas, talvez você desista de ser o homem da minha vida. Não que eu seja feia, mas um trato não faz mal a ninguém e eu quero que você me veja bem bonita e arrumada.
Não demore mais, meu Amor! Chegue logo, porque meu coração, pobrezinho, anda a reclamar sua ausência. Porque você não pegou carona com outros que vinham na mesma direção? Já estaríamos juntos e felizes a essa altura e eu nem precisaria te enviar a minha lista de exigências. Talvez, Amor, eu nem tivesse acumulado tantas exigências se já tivesse te encontrado ou te reconhecido em alguém.
Daquela que te espera há anos.

16 junho 2008

Mulher é fogo que arde bem visível...

Mulher é um bicho esquisito mesmo, viu?!? Perde o sono pelos mais diversos e esquisitos motivos. Perde o sono por causa de tudo o que se possa imaginar... É aquele jeans que não quer mais servir, o filho que não tem amigos ou tem amigos estranhos, a última noite com o parceiro que deixou muito a desejar, a amiga que insiste em ser cabeça-dura, o namorado que ligava todo dia e já não liga mais, os preços em alta no supermercado, enfim uma gama de coisas que não mudam por causa de noites inteiras em claro.
E algumas mulheres arranjam sempre uma forma de responsabilizar, direta ou indiretamente, um homem pela sua insônia.
O jeans que não serve, por exemplo, é culpa do marido porque, na insegurança de deixá-lo sair sozinho, você se meteu a tomar cerveja duas ou três vezes por semana. Resultado: cerveja+calorias vazias= jeans que não serve mais. O filho que não tem amigos ou só anda com gente da pesada, só podia ser um garoto, já que meninas raramente têm esse tipo de problema.
A última noite com ele então? Foi uma negação. Não se sabe quem estava mais distraído, mas ele, claro, é o culpado por qualquer pensamento seu, logo você não se concentrou por causa dele.
A amiga que é cabeça-dura tem um namorado pra lá de complicado e isso interfere diretamente nas atitudes dela, mesmo que eles só se vejam uma vez por mês.
O seu próprio namorado que mora longe não precisava ligar todo dia, mas, justo hoje que você estava carente, não ligou. Aff!
Os preços em alta? Ah, esses são exclusiva responsabilidade do presidente. Outro homem, não bastasse os do baixo escalão, os homens lá de cima também arranjam um jeito de te perturbar o sono! Ninguém merece...
Que mulher é bicho esquisito todo mundo já sabe... O problema é essa mania que TEMOS de justificar qualquer ato ou situação nossa castigando os homens. Não são coitados, é verdade. Alguns não servem sequer pra trocar uma lâmpada, outros só dá pra encarar se ficarem de boca fechada. Mas alguns ainda valem a pena e são exatamente esses que são sacrificados nessa onda de culpar os homens por tudo o que as mulheres passam de ruim. Nós também não somos lá muito equilibradas não!
Vez ou outra, acordamos da pá virada mesmo e pobre do ser do sexo masculino que estiver na nossa mira. Que diria meu próprio pai, que conviveu mais de dez anos com cinco mulheres dentro de casa. Se aquela teoria de que os ciclos mentruais de mulheres que convivem tendem a coincidir, pobre do papai. Imagine o que são cinco mulheres com TPM ao mesmo tempo!?! Chego até a compreender porque, hoje em dia, ele limita-se a ouvir calado tudo o que é decidido, sem emitir um palpite sequer.
Mulher que põe toda a culpa no outro não lida bem com a responsabilidade sobre seus atos. É quase como assinar atestado de que não dá conta da própria vida. E isso é atitude de homem. Ops, lá ia eu também ceder à tentação de provocar.
É isso aí, já passou da hora de admitir e assumir nossas próprias responsabilidades. Afinal, é o nosso corpo, nosso filho, nosso marido (que escolhemos livremente), nossa situação financeira, nosso orgasmo etc. Nada de buscar culpados para as coisas que não fazemos direito. Mulheres são fogo mesmo; até pra fazer errado, fazemos direitinho.KKKK. E, papai, você foi um herói de verdade! Rsrsrsrs.

14 junho 2008

Mulher pode tudo o que quiser! Sem juízo de valor...

Bom, essa segunda postagem é tensa, porque depois de ter falado do blog pra Deus e todo mundo não posso fazer feio, né? Pensei em diversos temas que poderia abordar, mas desisti e resolvi esperar por aquele que ia tirar o meu sono. E o que me tirou o sono foi o famoso lance do "homem pode, mulher não".
Em pleno século XXI, eu ainda sou obrigada a ouvir esse tipo de besteira vinda de pessoas que desfilam por aí muito bem disfarçadas de pseudo-intelectuais. Sim, porque arrotam uma sabedoria enorme acerca da vida e de vez em sempre soltam essas "pérolas". Cansei de ouvir garotas recebendo lição de moral de gente que diz que mulher deve se dar ao respeito, deve optar pelo recato, pela moderação, pela moral, blá, blá, blá...
Não me surpreende que as mulheres ainda tenham que justificar a própria sexualidade em relacionamentos fixos, ao passo que homens podem exercitar sua libido "de deú em déu". E tal observação me fez chegar a mais uma que é ainda mais indignante... Os homens escolhem as mulheres pra casar de acordo com seu número de parceiros sexuais. Sim, eles ainda fazem isso!!!
Dessa, aparentemente pequena, discordância de idéias surge o maior de todos os problemas: falta de comunicação, que atravanca toda possibilidade de um relacionamento vir a dar certo. Afinal, ainda vejo garotas sendo criadas para se manterem virgens pelo máximo de tempo que conseguirem se reprimir e garotos sendo criados para "treinar" bastante antes de um relacionamento fixo.
Então como poderão se encontrar em algum momento se caminham em direções opostas? Como poderão realizar um relacionamento verdadeiro e pleno, se são treinados para nunca se encontrarem de fato?
Claro e óbvio que essa é uma criação machista. Afinal, os homens querem ter consigo (como esposa) alguém que não os possa comparar a outro com performance talvez melhor. Pura insegurança! E quem paga o pato somos nós mulheres, que, sem alternativa, ficamos presas nessa idéia de que só podemos exercitar nossa sexualidade em relacionamentos fixos, de preferência o casamento.
E àquelas que insistem em não seguir essa regra (escrita sei lá aonde), é dado tratamento menor. Ficam incumbidas de ajudarem no exercício da sexualidade "pré-relacionamento fixo", sem culpa somente para os homens. Em épocas de indignação muito exaltada, eu teria muitas sugestões a fazer para o fim do impasse. A melhor delas é, com certeza, a de que, se somente eles podem se exercitar, que o façam entre si. KKKK.. Já imaginou a cena? Porque, no fundo, o sonho de toda mulher é ser valorizada, amada e assumida, independente de ter lacre de fábrica ou não!!

13 junho 2008

sexta, 13 de junho de 2008.

Bom, esse lance de blog ainda é completamente novo pra mim. Mas sempre quis publicar alguma coisa e dividir minhas impressões. Cansei de escrever e mostrar pra alguém ler sem obter a recepção esperada. Então resolvi aderir a essa onda que me parece interessante. Mas como ainda sou crua no negócio, vou devagar.
O que me levou a ficar até a madruga acordada hoje foi o tal dia dos namorados. KKKK!! Até um certo tempo, eu nem estava me lembrando que era dia dos namorados, mas bastou lembrar pra ficar meio assim. Rodar por aí e ver um monte de gente fazendo planos não foi divertido, mas até que serviu pra repensar a vida. Putz, faz séculos que eu não passo esse dia solteiríssima como estou hoje. E até que foi bom.
Mas a propaganda e o ambiente extremamente consumista me fez sentir um pouco de falta. Coisa de mundo capitalista, eu acho! Foi uma sensação passageira, porque logo me veio à mente que nunca tive muita sorte nem paciência para relacionamentos fixos. Embora esteja em meus sonhos de menina ter um desses, minha ansiedade nunca me permitiu viver um relacionamento sem neura. Rsrs...
E eu fiquei pensando no que o consumismo fez com essa data. Era pra ser um dia de expressões públicas de amor, de presentes personalizados, escolhidos sob medida, de olhos nos olhos e essas coisas que fazem um namoro ser bom. Pelo contrário, tornou-se uma data de stress, em que pessoas correm pra lá e pra cá tentando escolher algo não muito caro( nem muito barato também, pra não fazer feio). Grande parte das pessoas que eu vi hoje não se importavam em de fato agradar, mas em impressionar o parceiro ou parceira. Poucos me comoveram ou me deram a impressão de realmente estar querendo fazer algo especial... Um deles, um amigo de infância disse algo tão bonito que me fez de novo acreditar que ainda pode existir sentimento puro. Contou-me que pela primeira vez está namorando e que mandou entregar no trabalho da namorada uma gérbera embrulhada em papel celofane. Sinceramente, talvez eu não gostasse de ganhar uma gérbera (prefiro orquídeas!), mas seus olhos me contaram que aquele presente saíra do fundo do seu coração. E mesmo que a tal namorada não goste também de gérberas, deve ter adorado o presente. Mais comovente foi ouvi-lo dizer que antes de conhecê-la, saía e ficava sempre num canto, que não havia sentido em sua vida. Foi lindo ver aquele garoto expressar, de forma ingênua até, o quão importante era ter alguém ao seu lado.
E eu fiquei meio assim, porque a bem da verdade já tive alguns namorados. Que eu amasse mesmo só tive um. Outros vieram e me fizeram muito bem, até se tornaram parte de minha história, família e amigos. Mas o fato é que não acredito nesse tipo de encontro pra mim. O que é triste, pois sou naturalmente monogâmica. Apesar de estar sempre beijando na boca, não me agrada essa história de não ter um laço fixo que não seja os da minha família.
Talvez eu seja a mulher da minha geração que vai ser só titia mesmo. Minha família é cheia delas, tias solteironas que fizeram sua vida, mas não se casaram nem tem namorado e vivem para a família. Eu não quero isso pra mim. Tá, ficar solteira e independente é muito bom, mas ser solteira não é o mesmo que ser sozinha. Aliás, sozinha é algo que não sou há muito nem tenho ficado por muito tempo. Felizmente!
Faz tempo que não escrevo tanta besteira. Rsrsrsrsrs. Mas pelo menos vai dar pra dormir sem esse tantão de coisas por dizer.
Ai ai ai! Essa minha cabeça!!