27 fevereiro 2009

Amor de carnaval...



Uma pergunta não quer calar hoje no meu pensamento: quanto tempo dura um amor ou uma paixão?
Como prever até quando contaremos com o abraço carinhoso, o cafuné tranquilizador, o sexo do jeito que a gente gosta, a conversa sem hora pra acabar, o silêncio natural (e tão gostoso) entre os amantes, enfim essas coisas que só são possíveis quando se está apaixonado ou amando alguém?
Difícil essa resposta. Não somos senhores dos nossos próprios sentimentos. Nem do sentimento dos outros. E isso é uma pena, porque em certos momentos as pessoas nos parecem tão próximas que carece perguntar por que demoramos tanto a encontrá-las. Que as semelhanças são tão numerosas e as diferenças tão insignificantes a ponto de nos enxergarmos no outro. Daí, desistir é ruim, mesmo que seja tudo muito recente.
Eu não entendo a paixão. Ela vem avassaladora, surpreendendo e varrendo todo tipo de certeza e dúvida. Sim, uma paixão não deixa pedra sobre pedra, manda embora todas as nossas dúvidas e certezas e só conseguimos pensar no foco do sentimento.
Isso é engraçado! Amigos não nos suportam repetindo sempre o mesmo nome, narrando sempre as mesmas histórias que, na verdade, só são lindas e interessantes pra nós mesmos. Mas insistimos em repetir pra tentar fazer compreender o que o outro nos faz sentir. E é triste porque repetir gera mais expectativa. Em nós e nos outros.
E quando tudo acaba, geralmente inexplicável como começou, vem as perguntas: "Mas e aquela paixão toda, onde foi parar?" Não sabemos e chegamos com isso a duvidar que tenha existido de fato algum sentimento mais forte, definitivo, relevante.
Não deveríamos nos apaixonar. Como bichos seríamos menos frustrados. E não estaríamos tão vulneráveis a ter um amor como dizem por aí de carnaval. Aliás, essa expressão já é confusa. No Brasil, por exemplo, existe carnaval de tudo que é duração. Eu queria ter um amor de carnaval da Bahia, se pudesse escolher. Rsrsrs...
Não importa o quanto dure. No fundo todo amor é de carnaval, ou seja, acaba.




OBS: Dedicado a todo mundo sabe quem e por quê. Rsrsrsrs...

04 fevereiro 2009

Matemática feminina


Há uma velha máxima que corre por aí que mulheres não são boas em matemática. Injusta, muita injusta. E os fatos provam isso de forma indiscutível.
Passamos a vida lidando com números e, em muitos momentos, sem margem pra erro.
Exemplos? Ah existem muitos. Vamos lá...
Primeiro, aos 9 anos alguém nos conta que vamos menstruar mensalmente e nós, bobinhas, ficamos esperando ansiosas que isso aconteça. Aos 12 anos ouvimos do papai que teremos que esperar uns 3 anos para ter um namorado. Já começamos a contar a partir daí. E o tempo nem passa depressa, então os 3 anos parecem séculos.
Depois da primeira menstruação, que acontece de 28 em 28 dias em média, aprendemos como funciona o ciclo. As contas a partir desse momento só aumentam. O nosso dia fértil é o 14º a partir do início do ciclo. Essa última conta não permite enganos, senão 9 meses depois de uma relação que pode durar de 5 (fala sério!) a 30 minutos (Uh!), teremos um lindo bebê que vai nos dar dor de cabeça pra sempre (isso também é numérico, embora indeterminado). As desprevenidas (isso ainda existe?) tem que fazer mais contas do que as prevenidas.
Claro, quem toma pílula também faz conta. São 21 comprimidos ininterruptos, diariamente, no mesmo horário, com sete dias de pausa pra depois começar tudo de novo. Ah e não pode vomitar no período que compreende as 3 ou 4 horas seguintes à ingestão do comprimido. Mais números. E se a menstruação atrasa, aí é que passamos aperto contando os dias. E isso independe do fato de querermos ou não um filho.
Se você já está pensando em engravidar porque mexer com números dá trabalho, desista! Grávidas fazem muitas outras contas. Semanas de gestação, número de vezes que fez amor com o marido no mês (pra saber a quantas anda o interesse dele) e, na hora do parto, contrações (quantas são, de quantos em quantos minutos), quantos centímetros de dilatação, quantos dias de abstinência sexual etc.
Há um cálculo que nem todas fazem, mas ele é muito presente na vida de muitas. Quanto tempo esperar pra transar com o namorado novo, para apresentá-lo à família, para dizer que o ama, para esperar que ele melhore. Enfim, cálculos mais específicos presentes apenas no cotidiano de algumas.
Outra conta muito frequente é a das calorias. Umas mais, outras menos, mas todas fazem esse cálculo. Melhor fazer isso do que calcular quantos quilos a balança está mostrando a mais, quantos números aumentou a calça, quanto tempo de academia até recuperar a forma e, principalmente, quanto custa caro emagrecer hoje em dia.
As de idade mais avançada fazem conta também. Geralmente, calculam quanto tempo falta pra terminar o período refratário (espaço de tempo entre uma ereção e outra) do marido. Isso pode significar semanas ou até meses. KK!
De todos, o que é mais difícil é lembrar que tanto de mulheres a mais que homens existe no mundo. Porque daí a possibilidade de cálculos é infinita. Concorrência gera necessidade de estratégia e estratégia é matemática pura.
Alguém ainda ousa dizer que mulheres não entendem de números? Nosso cotidiano poderia nos dar o título de especialistas no assunto...