Assustada com o tamanho da porção de jiló que eu servi na hora do almoço, a amiga de minha sobrinha fez uma careta medonha e questionou:
_ Tia, como é que você consegue comer isso?
Eu só ri e enfiando uma garfada bem generosa na boca, respondi sorrindo:
_ Eu gosto, uai!
E ela:
_ Mas não é amargo?
Ainda de boca cheia, eu disse:
_ Sim, bastante.
E ela fez aquele ar de quem é respondido, mas não fica satisfeito com a resposta. E continuou fazendo careta a cada garfada que eu comia com satisfação. Ainda achando engraçado, pensei nas perguntas dela.
E, no fundo, a dúvida dela tinha razão de ser. Afinal, o amargo tende a ser rejeitado pelo nosso paladar. E fiquei pensando no que me leva a gostar tanto de jiló, a ponto de ter episódios de fissura, de muita vontade mesmo de comer.
Pensei na sensação de mastigar, no gosto, que é mesmo muito amargo. Ela lá me olhando, sem entender como é que eu gostava tanto e como eu podia engolir algo amargo com aquela "boca boa".
Refleti, comparei, calculei estatísticas. Tudo isso enquanto saboreava a porção amarga do meu prato de jiló. E quando engoli a última garfada, algo se iluminou no meu cérebro já satisfeito da fome.
Levantei-me, a fim de lavar o prato e disse pra ela antes de voltar ao trabalho:_ Tia, como é que você consegue comer isso?
Eu só ri e enfiando uma garfada bem generosa na boca, respondi sorrindo:
_ Eu gosto, uai!
E ela:
_ Mas não é amargo?
Ainda de boca cheia, eu disse:
_ Sim, bastante.
E ela fez aquele ar de quem é respondido, mas não fica satisfeito com a resposta. E continuou fazendo careta a cada garfada que eu comia com satisfação. Ainda achando engraçado, pensei nas perguntas dela.
E, no fundo, a dúvida dela tinha razão de ser. Afinal, o amargo tende a ser rejeitado pelo nosso paladar. E fiquei pensando no que me leva a gostar tanto de jiló, a ponto de ter episódios de fissura, de muita vontade mesmo de comer.
Pensei na sensação de mastigar, no gosto, que é mesmo muito amargo. Ela lá me olhando, sem entender como é que eu gostava tanto e como eu podia engolir algo amargo com aquela "boca boa".
Refleti, comparei, calculei estatísticas. Tudo isso enquanto saboreava a porção amarga do meu prato de jiló. E quando engoli a última garfada, algo se iluminou no meu cérebro já satisfeito da fome.
_Minha querida, eu gosto de jiló porque o amargo dele sempre acaba ao fim das refeições , ao contrário do amargo de outras coisas que não quero nem gosto de ver pela frente. E então eu posso saborear o doce, o ácido e outros sabores que o meu paladar aprecia mais.
Acho que ela não entendeu "lhufas" da minha resposta. Mas eu entendi bem...
Certos sabores amargos jamais acabam e não podem ser esquecidos! E também são inevitáveis, portanto quanto mais cedo nos acostumamos a eles, menos caretas eles serão capazes de provocar em nós.
Acho que ela não entendeu "lhufas" da minha resposta. Mas eu entendi bem...
Certos sabores amargos jamais acabam e não podem ser esquecidos! E também são inevitáveis, portanto quanto mais cedo nos acostumamos a eles, menos caretas eles serão capazes de provocar em nós.
Pedido pra hoje: Senhor, que os sabores amargos da minha vida sempre passem tão rápido quanto o do jiló que eu adoro comer!